FÉ RACIOCINADA !

Fé Raciocinada !!! Não tenhamos uma Fé Cega, não podemos acreditar em tudo que nos dizem. Por isso a recomendação "Amai-vos e Instruí-vos". Só conseguiremos ter uma Raciocinada através do estudo. Estude e saberá quando está sendo enganado, seja pelo ser humano ou por um "(espírito)".

quinta-feira

Fraternidade

     Nós ainda não conseguimos vivenciar a primeira frase da prece Pai Nosso, porque ao sentirmos o Pai, como Pai Nosso, como nosso Pai significa uma mudança de postura, de atitude em relação a tudo que existe, é um desafio que Jesus nos colocou de uma maneira muito doce, fazer com que sentíssemos e vivenciássemos Deus como Pai de todos nós.
     Se fraternidade é o sentimento de sentir-se irmão do outro ou seja é a consequência  de sabermos que o Pai é nosso Pai, mas saber é uma coisa, sentir é outra.
     Saber é uma questão lógica, quem tem o mesmo criador é irmão do outro, ou seja quem tem o mesmo Pai é irmão do outro, só que não se sente, poucas pessoas sentem.
      Por que ainda não sentimos? Porque as pessoas se tratam como estranhas?
     Por que, mesmo sabendo que o mesmo Deus que me criou, criou aquelas pessoas que encontro na rua, por que por eles eu sinto indiferença, talvez uma certa curiosidade, mas muito pouco.
     Por que quem me fala ao coração ainda são os muito próximos?
     Como podemos dizer que evoluímos?
     Viemos da idade da pedra e nesta época não existia algo fundamental, existia apenas a luta pela sobrevivência, era só o individualismo, foi uma fase onde nós estávamos saindo da animalidade.
     O salto evolutivo foi a família, isso causou uma mudança em nossa história, surgiu o pai, a mãe, os filhos, e foi nesta época que pela primeira vez apareceram os irmãos.
    O amor entre o pai e o filho é um amor de dependência.
    A primeira fase da espécie humana é aquela em que os indivíduos em tenra idade são incapazes de se defenderem e sobreviver.
   
     Um cachorro com 60 dias já está autônomo, ele sobrevive, um ser humano com 3 anos morre se estiver sozinho, então a nossa relação entre pai e filhos ainda é uma relação de uma certa dependência. Aqui não está sendo questionado o amor maternal e paternal, estamos falando do nível de dependência do ser humano.

     Entre irmãos não acontece isso, pois entre irmãos ocorre uma certa competição, desenvolve-se um outro tipo de interesse que não é pela sobrevivência.
     A relação entre irmãos é até interessante, os irmãos às vezes tem brigas de rolar, brigam, mas se alguma coisa ameaça um irmão, o outro toma as dores, e isso é muito forte, vai tomar satisfação e sente como se fosse com ele.

     Isso se chama Fraternidade.

     Fraternidade é o sentimento que nasce entre irmãos, é algo muito  forte porque nessa convivência, nessa proximidade, ninguém mais tem o direito de entrar nesse espaço. Irmãos crescem juntos, vivem aventuras, desafios, problemas, tudo é compartilhado. É só parar e pensar em nossa infância e ver como nos desenvolvemos junto com as pessoas que compartilharam as horas junto de nós.
     Quando nós nos tornamos adultos, temos nossas família, nossos lares, mas não deixamos de pensar em nossos irmãos consanguíneos, continuamos a amar esses irmãos que cresceram junto de nós. " a sua dor é a minha dor", "a sua alegria é a minha  alegria".
     Esta é uma forma muito interessante de exprimir o sentimento entre irmãos.
   
     Fraternidade é isso, a sua dor é a minha dor, a sua alegria é a minha alegria.

     O desafio que Jesus colocou para nós foi esse. Saímos lá das cavernas, onde não existia família, agora dez mil anos depois eu sinto na pele a dor e a alegria que meu irmão sente.

     Será que conseguiremos na mesma progressão, daqui dez mil anos,  sentir como se fosse nosso o que a pessoa que estiver passando na rua estiver sentindo?
 
     Jesus nos propôs que nós fizéssemos isso o mais rápido.

     Qual será o nosso papel?
     O que será que o espiritismo pode fazer?
     O que será que posso fazer?

     O que falta para se construir um grupo e depois uma comunidade maior que possa ser referência para uma sociedade, onde a base seja um sentir a dor do outro como se fosse sua e sentir a alegria do outro como se fosse sua.

     Estamos nesse caminho?
     O espiritismo está contribuindo para isso?

     Essa é uma pergunta que precisamos nos fazer, precisamos analisar tudo o que já conseguimos fazer e o que falta. Podemos notar que nas casas espíritas existe de uma maneira geral um sistema de trabalho eficiente para atender as pessoas, elas chegam com problemas espirituais, porém esses problemas acabam sendo tratados pelo dever, isso vai se repetindo e começa-se a perceber que as pessoas são atendidas na casa espírita, por que tem que ser atendida, deixa-se de questionar porque que tem que ser atendida  e começa-se a se atender porque tem que atender.

     Isso é uma grande ameça para a doutrina, atender a pessoa simplesmente porque esta é a rotina, porque está no script, porque está no roteiro de trabalho. Tudo isso tem que ser revisto pelas pessoas, pelas casas. As pessoas precisam de uma  uma conversa saudável que as fortaleça, sem tornar-se uma rotina, cada pessoa necessita de uma atenção, mas se perde ao virar uma rotina.

     A assistência espiritual é um apoio necessário no primeiro momento, mas o grande tesouro está no estudo, no caminho da evangelização, é aí que se começa a desenvolver o sentimento de irmandade, numa escola as pessoas compartilham momentos, experiências, dúvidas, alegrias, dificuldades, todos crescem juntos, um sentimento de proximidade acontece naturalmente.
     Quando um irmão nosso vai morar longe e fica sabendo que estamos passando por algum problema seja ele qual for, sente-se triste e amargurado, se estivermos passando por alguma alegria ele se sente feliz, quer compartilhar sempre seja de nossas dores ou alegrias. Irmãos crescem juntos, mas mesmo velhos e afastados conservamos laços. Assim acontece em todas as convivências as relações com aqueles que temos mais afinidades continua.

     O desafio para nós é isso, é sentir a dor do outro como se fosse nossa, falta-nos conseguir ficar mais próximo um do outro. É chegada a época em que os valores necessários, são os valores do coração, precisamos andar mais nessa direção. Veja bem, isso não quer dizer, carregar o outro nas costas, não é resolver o problemas do outro, é saber ouvir e tentar mostrar um caminho, mas quem deve resolver o problema é o seu dono. Resolver os problemas por si, significa crescimento pessoal.

     Estamos chegando numa época em que o mundo vai transformar-se. O espiritismo veio para mostrar que todos são irmãos, a quem muito foi dado, mais será pedido.
     As mensagens do plano espiritual nos mostram que é necessário mudanças no trabalho, nas relações sociais, na forma como as instituições se organizam, tudo está mudando e cada vez mais rápido.
     Para que amanhã haja um mundo de felicidade, fartura, equilíbrio... é preciso semear, não há como colher sem semear. Por isso devemos reforçar nossas decisões, aprimorar nossas atividades, retemperar nossas energias morais.
     Quando desenvolvemos a capacidade de sentir a dor do outro, estamos exercitando a fraternidade
   
Releitura do texto
de Eduardo M.
     

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